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ENTREVISTA SINDISEG – O setor de EPI’s precisa de aprimoramento constante

3 de novembro de 2020
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O setor de materiais de segurança ganhou destaque este ano no mundo todo em função da Covid-19. Em entrevista concedida à redação do portal da Revista CIPA, o presidente do Sindicato da Indústria de Material de Segurança – SINDISEG, Adriano Serino, fala sobre as lições da pandemia, o desempenho do setor, a importante atuação do sindicato e as expectativas para o próximo ano.

Com a pandemia, o setor de segurança, em todos os níveis, ganhou maior atenção?

R: Os segmentos de EPI’s que mais tiveram destaque foram aqueles voltados para a proteção respiratória e vestimentas descartáveis de uso na área da saúde. No entanto, entendemos que são necessárias a revisão e a adoção de novas normas para que, em episódios dessa natureza, como a pandemia, que foi excepcional, haja de fato a proteção ideal e eficaz para todos os usuários, sejam da área da saúde ou as pessoas de modo geral.

Como está o mercado de materiais de segurança?

Existem itens que avançaram muito na produção e itens que não tiveram bom desempenho. Como foi no ano passado?

R: Obviamente, neste ano de 2020 tudo foi muito atípico em nosso setor de EPI’s. No Brasil e no mundo, por conta da pandemia, muitas situações nos pegaram de surpresa e registramos vários problemas – desde falta de matéria-prima, passando por concessão de crédito, até processos de produção. Assim o SINDISEG junto com a FIESP, desenvolveu várias medidas para atenuar esses problemas no mercado e, consequentemente, para os trabalhadores e a população de modo geral.

Já 2019 foi um ano bastante dinâmico, de muitas mudanças normativas, a fim de diminuir o excesso de burocracia para o setor de EPI’s. Nesse sentido, ao lado da FIESP, o SINDISEG atuou fortemente junto aos representantes governamentais, levando os pleitos do setor e mostrando situações que prejudicam o segmento e necessitam intervenção mais enérgica do governo federal. O setor quer mais modernização e mais fiscalização do uso de EPI’s, assim como assegurar a sua qualidade para o usuário.

Qual era a expectativa para este ano antes da pandemia?

R: A expectativa era de mudanças estruturais no setor, em atendimento aos pleitos que o SINDISEG levou ao governo e diante da necessidade de modernização para dar mais agilidade para ao mercado, o que, consequentemente, traria um efeito positivo direto para a segurança e a saúde dos trabalhadores. Tínhamos até uma previsão de crescimento para o setor, acompanhando na mesma proporção a melhora na economia, que já vinha ocorrendo.

Quais produtos são mais procurados?

R: Em períodos normais a demanda por EPI’s varia conforme o desempenho de cada setor da economia, o que depende de muitos fatores internos, externos e normativos. Os nossos produtos entram nessa rota variável da cadeia produtiva e de serviços, mas antes da Covid-19 estávamos otimistas em relação a todas as linhas de EPI’s.

O que ocorre é que no auge da pandemia, os EPI’s, voltados para proteção respiratória, máscaras, protetores faciais, óculos, proteção do corpo, macacões à base de Tyvec contra o risco de infecção, luvas de procedimento e luvas cirúrgicas, tiveram um desempenho muito alto para atender essa situação excepcional.

As empresas do setor se adaptaram à nova realidade? Quais mudanças tiveram que ser feitas?

R: Todas as empresas de nosso setor tiveram que se adaptar à nova situação e, nesse sentido, a FIESP fez um trabalho fundamental. Elaborou cartilhas para orientar sobre temas diversos, tais como: procedimentos internos distanciamento social, uso de álcool em gel, pessoas com alto risco, home office, como acessar as linhas de crédito que os bancos disponibilizaram para capital de giro, alterações trabalhistas expedidas pelo o governo, entre tantas  outras ações. A FIESP criou, inclusive, uma área no próprio site exclusivamente para o atendimento das questões e dúvidas sobre a Covid-19 (https://coronavirus.fiesp.com.br/ ).

Com isso o SINDISEG divulgou amplamente todas essas medidas e manteve um plantão para atendimento às dúvidas das empresas do seu segmento nesse período tão desafiador para o Brasil e o mundo.

Como o SINDISEG projeta o futuro do setor?

R: O trabalho do SINDISEG é o de se reinventar de forma incessante. Com esse objetivo, buscamos sempre o caminho do aprimoramento técnico dos produtos, a desburocratização dos Certificados de Aprovação, a modernização e a internacionalização das normas técnicas, seguindo as diretrizes da OMC, e a valorização dos ensaios técnicos realizados por laboratórios credenciados pelo INMETRO.

Recentemente, aliás, a FIESP organizou uma reunião setorial de vários segmentos, quando se encontraram os presidentes da FIESP, do SINDISEG, INMETRO e da ABNT, entre outros. Na oportunidade, pudemos tratar dessas mudanças para o setor e também pleiteamos o credenciamento e utilização de mais laboratórios certificados pelo INMETRO no Brasil e no exterior.

De fato, desde 2109, sempre com o apoio da FIESP e do Presidente Dr. Paulo Skaf, o SINDISEG, como o único Sindicato Patronal de EPI’s no Brasil, tem alcançado avanços importantes. Eu diria que, em pouco tempo, conseguimos pavimentar os caminhos do estreitamento politico em favor dos resultados esperados pelo segmento, incluindo um dos temas mais importantes – a redução em âmbito nacional da carga tributária aplicada aos EPI’s.

Esse cuidado com a segurança que veio junto com a pandemia vai se manter?

R: Em nosso segmento há um constante aperfeiçoamento dos EPI’s. Se tem uma lição que essa pandemia, apesar de ter sido um fato excepcional, nos deixa é que não temos qualquer garantia de que não enfrentaremos outras moléstias. Por isso, somos incisivos em reiterar a necessidade de aprimoramento constante do nosso setor, em conjunto com o poder público e a sociedade. E aqui fica o recado: se a sua empresa ainda não se associou ao SINDISEG está na hora de fazê-lo para que caminhemos juntos.

 

FONTE:
REVISTA CIPA&INCÊNDIO

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