FISP 2018 tem estande e palestras da Fundacentro e do Ministério do Trabalho
Cerca de 80 participantes assistiram às palestras da Fundacentro no primeiro dia do evento
A 22ª. edição da Feira Internacional de Segurança e Proteção – FISP 2018 contou com estande e palestras técnicas da Fundacentro e do Ministério do Trabalho. Neste ano, cerca de 700 expositores participaram do evento, mostrando as novas tecnologias, produtos e serviços do segmento da segurança e saúde do trabalho.
A Feira que aconteceu de 3 a 5 de outubro é realizada pela Cipa Fiera Milano, em parceria com a Abraseg, Animaseg e Sindiseg, e reúne todos os anos mais de 50 mil visitantes. Simultaneamente à Feira foi realizada a 13ª Fire Show – International Fire Fair.
A FISP se consagra não só pelo espaço onde profissionais da área de segurança e saúde do trabalhador recebem informações sobre inovações e atualizações na área, como também, um espaço para socializar informações importantes no mundo do trabalho.
Dessa maneira, com o intuito de disseminar uma cultura de prevenção foi realizada na abertura da FISP 2018 (3/10), palestras sobre segurança e saúde do trabalhador. Com uma sala de aula montada no estande, houve palestras de Robson Spinelli Gomes para falar sobre os 40 anos das Normas Regulamentadoras; Fábio Sperducci que abordou a Introdução à Análise de Acidentes e Rogério Galvão da Silva que falou sobre os Fatores que influenciam a tomada de decisão para a melhoria da segurança e saúde no trabalho.
Ao abordar os 40 anos das Normas Regulamentadoras, Spinelli destacou a importância da criação das normas, importante instrumento legal para a garantia da segurança e saúde do trabalhador nos ambientes de trabalho. O Diretor Técnico da Fundacentro, lembrou ainda a mudança quanto ao uso do termo ato inseguro, abolido pela Fundacentro e Ministério do Trabalho, desde a década de 90.
Para Spinelli, as normas foram uma grande conquista aos trabalhadores, mas precisam ser revistas. Como exemplo, cita a garantia pelo pagamento do adicional de insalubridade, presente na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), artigo 189 e usado apenas no Brasil. “Ao invés de se pagar o adicional de insalubridade, devemos investir no equipamento de proteção coletiva, como forma de garantir a segurança dos trabalhadores”, observou.
Em uma linha do tempo, de 1923 a 1944, Spinelli mostrou aos participantes, os caminhos percorridos ao longo da história no campo da legislação, fazendo menção à criação das normas, a realização de mapa de riscos e a criação da Comissão Tripartite Paritária Permanente (CTPP), em maio de 2002.
Como perspectivas futuras, Robson destacou a influência do contexto politico na SST e reforçou a necessidade da constante busca de atualização na área. “O nosso país traz demandas de um contexto internacional. Precisamos resgatar soluções e alternativas para combatermos os acidentes de trabalho”, reforçou.
Conceitos de acidente
Durante a palestra: “Introdução à análise de acidentes”, Fabio Sperduti, engenheiro Civil da Coordenação de Segurança no Processo de Trabalho falou da Teoria de Heinrich, ou Teoria dos Dominós, a qual atribui a causa de um acidente no ambiente de trabalho a falhas humanas. De acordo com Fabio, essa Teoria se baseia em modelos mais tradicionais, partindo da idéia de que o culpado é o individuo.
Outros autores como Michel Llory, Sidney Dekker e James Reason foram apresentados pelo engenheiro como forma de reforçar as diferenças existentes entre os conceitos tradicionais e os menos tradicionais que avaliam o acidente como um todo.
Para Fábio, independente dos conceitos existentes, não se pode considerar uma única análise na ocorrência de um acidente, pois isso dificulta se chegar ao real motivo e considerar outras causas que levaram ao acidente. “Quando se foca na busca do culpado, se esquece da prevenção”, observou o engenheiro.
Motivação de gestores
Compreender quais fatores influenciam a tomada de decisão da alta administração das empresas para a melhoria da SST, é o principal objetivo da pesquisa conduzida por Rogerio Galvão da Silva, pesquisador da Coordenação de Segurança no Processo de Trabalho.
Na última palestra do primeiro dia da feira, o especialista expôs aos participantes números alarmantes sobre a prevenção de acidentes. No Brasil, 2.3 milhões de mortes estão relacionadas ao trabalho, perdendo-se o equivalente a 4% do PIB mundial, de acordo com dados da OIT, 2016.
“Prevenir acidentes não é tarefa fácil”, disse Galvão, ao defender a implementação do projeto que teve início em 2018 e tem como intenção atingir diferentes públicos como forma de levantar a percepção de vários atores sociais e aprofundar as discussões no segmento da SST.
O especialista reforça que a discussão sobre os instrumentos governamentais e fatores determinantes para a melhoria dos ambientes de trabalho é uma pauta sempre presente na agenda das partes interessadas frente aos crescentes desafios da globalização, do desenvolvimento tecnológico, do desemprego e da precarização das relações e condições de trabalho.
CANPAT é reforçada em estande do Ministério do Trabalho
A Campanha Nacional de Prevenção de Acidentes do Trabalho – CANPAT é uma ação desenvolvida pelo Ministério do Trabalho, através da Secretaria de Inspeção do Trabalho – SIT. Em 2018, a CANPAT tem como temas, o Adoecimento Ocupacional e Quedas de Trabalho em Altura, abordados durante a FISP.
Para falar sobre os temas da CANPAT 2018, os Auditores Fiscais do Trabalho, Antonio Pereira Filho, Adnoel Sebastião, Joelson Guedes da Silva, Viviane de Jesus Forte, Rodrigo Vaz, Roque Camargo, Gianfranco Silva Pampalon e José Almeida Junior, ministraram temas sobre: Gestão de Proteção Coletiva na Construção Civil; Consequências do Acidente do Trabalho; Certificação de EPI no Ministério do Trabalho; Análise de Acidentes do Trabalho; Ergonomia; Gestão de SST no eSocial e Proteção contra quedas.
O diretor do Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho (DSST), Kleber Pereira de Araújo e Silva participou da sessão solene de abertura da FISP e visitou o estande da Fundacentro.
Fonte: Fundacentro